25/12/2011

História do Cinema

Indícios históricos e arqueológicos comprovam que é antiga a preocupação do homem com o registro do movimento. O desenho e a pintura foram as primeiras formas de representar os aspectos dinâmicos da vida humana e da natureza, produzindo narrativas através de figuras.
O jogo de sombras do teatro de marionetes oriental é considerado um dos mais remotos precursores do cinema. Experiências posteriores como a câmara escura e a lanterna mágica constituem os fundamentos da ciência óptica, que torna possível a realidade cinematográfica.
Jogos de sombras: Surge na China, por volta de 5.000 a.C. É a projeção, sobre paredes ou telas de linho, de figuras humanas, animais ou objetos recortados e manipulados. O operador narra a ação, quase sempre envolvendo príncipes, guerreiros e dragões.
Câmara escura: Seu princípio é enunciado por Leonardo da  Vinci, no século XV. O invento é desenvolvido pelo físico napolitano Giambattista Della Porta, no século XVI, que projeta uma caixa fechada, com um pequeno orifício coberto por uma lente. Através dele penetram e se cruzam os raios refletidos pelos objetos exteriores. A imagem, invertida, inscreve-se na face do fundo, no interior da caixa.
Lanterna mágica: Criada pelo alemão Athanasius Kirchner, na metade do século XVII, baseia-se no processo inverso da câmara escura. É composta por uma caixa cilíndrica iluminada à vela, que projeta as imagens desenhadas em uma lâmina de vidro.
Para captar e reproduzir a imagem do movimento é usado vários aparelhos baseados no fenômeno da persistência retiniana (fração de segundo em que a imagem permanece na retina), descoberto pelo inglês Peter Mark Roger, em 1826. A fotografia, desenvolvida simultaneamente por Louis-Jacques Daguerre e Joseph Nicéphore Niepce, e as pesquisas de captação e análise do movimento representam um avanço decisivo na direção do cinematógrafo.
Fenacistoscópio: O físico belga Joseph-Antoine Plateau é o primeiro a medir o tempo da persistência retiniana. Para que uma série de imagens fixas dê a ilusão de movimento, é necessário que se sucedam à razão de dez por segundo. Em 1832, Plateau inventa um aparelho formado por um disco com várias figuras desenhadas em posições diferentes. Ao girar o disco, elas adquirem movimento. A ideia era apresentar uma rápida sucessão de desenhos de diferentes estágios de uma ação, criando a ilusão de que um único desenho se movimentava.
Praxinoscópio: Aparelho que projetam na tela imagens desenhadas sobre fitas transparentes, inventado pelo francês Émile Reynaud (1877). A princípio uma máquina primitiva, composta por uma caixa de biscoitos e um único espelho, é aperfeiçoada com um sistema complexo de espelhos que permite efeitos de relevo. A multiplicação das figuras desenhadas e a adaptação de uma lanterna de projeção possibilitam a realização de truques que dão a ilusão de movimento.
Fuzil fotográfico: Em 1878 o fisiologista francês Étienne-Jules Marey desenvolve o fuzil fotográfico: um tambor forrado por dentro com uma chapa fotográfica circular. Seus estudos se baseiam na experiência desenvolvida, em 1872, pelo inglês Edward Muybridge, que decompõe o movimento do galope de um cavalo. Muybridge instala 24 máquinas fotográficas em intervalos regulares ao longo de uma pista de corrida e liga a cada máquina fios que atravessam a pista. Com a passagem do cavalo, os fios são rompidos, desencadeando o disparo sucessivo dos obturadores, que produzem 24 poses consecutivas.
Cronofotografia: Pesquisas posteriores sobre o andar do homem ou o voo dos pássaros levam Étienne-Jules Marey, em 1887, ao desenvolvimento da cronofotografia a fixação fotográfica de várias fases de um corpo em movimento, que é a própria base do cinema.
Cinetoscópio: O norte-americano Thomas Alva Edison inventa o filme perfurado. E, em 1890, roda uma série de pequenos filmes em seu estúdio, o Black Maria, primeiro da história do cinema. Esses filmes não são projetados em uma tela, mas no interior de uma máquina, o cinetoscópio, também inventado por Edison um ano depois. Mas as imagens só podem ser vistas por um espectador de cada vez.
Cinematógrafo: A partir do aperfeiçoamento do cinetoscópio, os irmãos Auguste e Louis Lumière idealizam o cinematógrafo em 1895. O aparelho é movido à manivela e utiliza negativos perfurados, substituindo a ação de várias máquinas fotográficas para registrar o movimento. O cinematógrafo torna possível, também, a projeção das imagens para o público. O nome do aparelho passou a identificar, em todas as línguas, a nova arte (ciné, cinema, kino etc.).
Auguste Lumière (1862-1954) e Louis Lumière (1864-1948) nascem em Besançon, na França. Filhos de um fotógrafo e proprietário de indústria de filmes e papéis fotográficos, eram praticamente desconhecidos no campo das pesquisas fotográficas até 1890. Após frequentarem a escola técnica realizam uma série de estudos sobre os processos fotográficos, na fábrica do pai, até chegarem ao cinematógrafo. Louis Lumière é o primeiro cineasta realizador de documentários curtos. Seu irmão Auguste participa das primeiras descobertas, dedicando-se posteriormente à medicina.
Cinema mudo: A apresentação pública do cinematógrafo marca oficialmente o início da história do cinema. O som vem três décadas depois, no final dos anos 20. A primeira exibição pública das produções dos irmãos Lumière ocorre em 28 de dezembro de 1895, no Grand Café, em Paris.
A saída dos operários das usinas e a chegada do trem na estação, O almoço do bebê e O mar são alguns dos filmes apresentados. As produções são rudimentares, em geral documentários curtos sobre a vida cotidiana, com cerca de dois minutos de projeção, filmados ao ar livre.
Primeiros filmes: Pequenos documentários e ficções são os primeiros gêneros do cinema. A linguagem cinematográfica se desenvolve, criando estruturas narrativas. Na França, na primeira década do século XX, são filmadas peças de teatro, com grandes nomes do palco, como Sarah Bernhardt.
Em 1913, com Max Linder, que mais tarde inspiraria Chaplin, e, com o Fantômas, de Louis Feuillade, o primeiro seriado policial. A produção de comédias se intensifica nos EUA e chega à Inglaterra e Rússia. Na Itália, Giovanni Pastrone realiza superproduções épicas e históricas, como Cabíria, de 1914.
Documentário: Em 1896 os Lumière equipam alguns fotógrafos com aparelhos cinematográficos e os enviam para vários países, com a incumbência de trazer novas imagens e também exibir as que levam de Paris.
Os caçadores de imagens, colocam suas câmeras fixas num determinado lugar e registram o que está na frente. A Inglaterra, O México, Veneza, A cidade dos Doges passam a integrar o repertório dos Lumière. Coroação do Czar Nicolau II, filmado em Moscou, é considerado a primeira reportagem cinematográfica.
Ficção: Os rudimentos da narração e da montagem artística são desenvolvidos pelo americano Edwin Porter, em 1902, em Vida de um bombeiro americano, e consolidados, um ano mais tarde, com O grande roubo do trem, o primeiro grande clássico do cinema americano. O filme inaugura o western e marca o começo da indústria cinematográfica. Despontam, então, dois grandes nomes dos primórdios do cinema: Georges Méliès e David Griffith.
Georges Méliès (1861-1938), diretor, ator, produtor, fotógrafo e figurinista, considerado o pai da arte do cinema. Nasce na França e passa parte da juventude desenvolvendo números de mágica e truques de ilusionismo. Depois de assistir à primeira apresentação dos Lumière, decide-se pelo cinema. Pioneiro na utilização de figurinos, atores, cenários e maquiagens, opõem-se ao estilo documentarista.
Realiza os primeiros filmes de ficção – Viagem À Lua (Voyage dans la lune, Le / Voyage to the Moon - 1902) e A Conquista do Pólo (Conquête du pôle, La / Conquest of the Pole - 1912) – e desenvolve diversas técnicas: fusão, exposição múltipla, uso de maquetes e truques ópticos, precursores dos efeitos especiais.

Figura 4: Viagem à Lua. Fonte: astronomia.publico.pt

David W. Griffith (1875-1948), nascido nos EUA, é considerado o criador da linguagem cinematográfica. Antes de chegar ao cinema, trabalha como jornalista e balconista em lojas e livrarias. Admirador de Edgar Allan Poe, também escreve poesias. No cinema, é o primeiro a utilizar dramaticamente o close, a montagem paralela, o suspense e os movimentos de câmera.
Em 1915, com Nascimento de Uma Nação (The Birth of a Nation), realiza o primeiro longa-metragem americano, tido como a base da criação da indústria cinematográfica de Hollywood. Com Intolerância (Intolerance), de 1916, faz uma ousada experiência, com montagens e histórias paralelas.
Hollywood: Com o recesso do cinema europeu durante a 1ª Guerra Mundial, a produção de filmes concentra-se em Hollywood, na Califórnia, onde surgem os primeiros grandes estúdios. Em 1912, Mack Sennett, o maior produtor de comédias do cinema mudo, que descobriu Charles Chaplin e Buster Keaton, instala a sua Keystone Company. No mesmo ano, surge a Famous Players (futura Paramount) e, em 1915, a Fox Films Corporation.
Para enfrentar os altos salários e custos de produção, exibidores e distribuidores reúnem-se em conglomerados autônomos como a United Artists, fundados em 1919. A década de 20 consolida a indústria cinematográfica americana e os grandes gêneros – western, policial, musical e, principalmente, a comédia – todos ligados diretamente ao estrelismo.
Star system: O desenvolvimento dos grandes estúdios proporciona o surgimento do star system, o sistema de "fabricação" de estrelas que encantam as plateias. Mary Pickford, a "noivinha da América", Theda Bara, Tom Mix, Douglas Fairbanks e Rodolfo Valentino são alguns dos nomes mais expressivos.
Com o êxito alcançado, os filmes passam dos 20 minutos iniciais a, pelo menos, 90 minutos de projeção. O ídolo é chamado a encarnar papéis fixos e repetir atuações que o tenham consagrado, como Rosita, de 1923, com Mary Pickford.
Cinema falado: O advento do som, nos EUA, revoluciona a produção cinematográfica mundial. Os anos 30 consolidam os grandes estúdios e consagram astros e estrelas em Hollywood. Os gêneros se multiplicam e o musical ganha destaque. A partir de 1945, com o fim da 2ª Guerra, há um renascimento das produções nacionais – os chamados cinemas novos.
Experiências: As primeiras experiências de sonorização, feitas por Thomas Edison, em 1889, são seguidas pelo grafonoscópio de Auguste Baron (1896) e pelo cronógrafo de Henri Joly (1900), sistemas ainda falhos de sincronização imagem-som. O aparelho do americano Lee de Forest, de gravação magnética em película (1907), que permite a reprodução simultânea de imagens e sons, é comprado em 1926 pela Warner Brothers.
A companhia produz o primeiro filme com música e efeitos sonoros sincronizados, Don Juan (Don Juan - 1926), de Alan Crosland, o primeiro com passagens faladas e cantadas, O Cantor de Jazz (The Jazz Singer - 1927), também de Crosland, com Al Jolson, grande nome da Broadway e o primeiro inteiramente falado, Luzes de Nova York, de Brian Foy (Lights of New York - 1928).
Consolidação: Em 1929 o cinema falado representa 51% da produção norte-americana. Outros centros industriais, como França, Alemanha, Suécia e Inglaterra, começam a explorar o som. A partir de 1930, Rússia, Japão, Índia e países da América Latina recorrem à nova descoberta.
A adesão de quase todas as produtoras ao novo sistema abala convicções, causa a inadaptação de atores, roteiristas e diretores e reformula os fundamentos da linguagem cinematográfica.
Diretores como Charles Chaplin e René Clair estão entre os que resistem à novidade, mas acabam aderindo. Alvorada do Amor (The Love Parade - 1929), de Ernst Lubitsch, O Anjo Azul (Der Blaue Engel / The Blue Angel - 1930), de Joseph Von Sternberg, e M, o Vampiro de Dusseldorf (M - 1931), de Fritz Lang, são alguns dos primeiros grandes títulos.
Dos anos 30 até a 2ª Guerra, apesar de Hollywood concentrar a maior parte da produção cinematográfica mundial, alguns centros europeus como França, Itália, Alemanha e Rússia produzem obras grandiosas.
Anos Dourados: Nos EUA, após a Depressão, a indústria recupera-se. Hollywood vive os seus anos de ouro em 1938 e 1939. Surgem superproduções como A Dama das Camélias, E o Vento Levou, O Morro dos Ventos Uivantes e Casablanca. Novos recursos técnicos possibilitam o desenvolvimento pleno de todos os gêneros. Desafiando o esquema dos grandes estúdios hollywoodianos, Orson Welles lança, em 1941, Cidadão Kane, filme que revoluciona a estética do cinema.
Orson Welles (1915-1985), diretor, ator e roteirista, nasce nos EUA e estuda pintura no Chicago Arts Institute. Como ator teatral funda, em 1936, o Mercury Theatre, em Nova York. Dois anos mais tarde passa a trabalhar no rádio, onde faz em 30 de outubro de 1938 uma emissão dramatizada da Guerra dos Mundos, de H.G. Wells, na qual anuncia a invasão da Terra por marcianos. Causa pânico na população e ganha notoriedade nacional.
Com Cidadão Kane, subverte a narrativa cronológica, com um enredo não linear, ousadia na profundidade de campo e iluminação inspirada no expressionismo. Cria depois outras obras, como It's All True (interrompida e concluída postumamente em 1993), e Macbeth (Macbeth - 1948) e Othello (Tragedy of Othello: The Moor of Venice, The - 1952), de inspiração shakesperiana.
Musicais: Surge em Hollywood na década de 30 e se caracteriza por roteiros musicais que mesclam danças, cantos e músicas. No início dos filmes falados, os musicais sofrem grande influência do teatro.
O filme que definitivamente estabelece o gênero é Melodia da Broadway (Broadway Melody - 1929), de Harry Beaumont. Seu êxito provoca uma onda de filmes que rapidamente se tornam populares, como Caçadoras de Ouro (Gold Diggers of 1933 - 1933), A Canção do Deserto ( - 1933) e O Rei do Jazz ( - 1933). Voando Para o Rio (Flying Down to Rio - 1933), projeta Fred Astaire e Ginger Rogers. Gene Kelly por Diário de Um Homem Casado (A Guide for the Married Man - 1967), Rita Hayworth por O Protegido do Papai (The Lady In Question - 1940) e Judy Garland por O Mágico de Oz (Wizard of Oz, The - 1939) também ganham notoriedade.
Comédia: Gênero consolidado na década de 20, a comédia incorpora novos nomes. Os irmãos Marx brilham com seus diálogos absurdos e graças de picadeiro em No Hotel da Fuzarca (The Cocoanuts - 1929), Diabo a Quatro (Duck Soup - 1933) e Uma Noite Na Ópera (A Night At The Opera - 1935).
Os atores Oliver Hardy e Stan Laurel notabilizam a dupla O Gordo e o Magro em Fra Diavolo (The Devil's Brother / Fra Diavolo - 1933) e Filhos do Deserto (Sons of the Desert / Fraternally Yours - 1933). W.C. Fields, que surgiu no cinema por volta de 1915, destaca-se na década de 30, com No Tempo do Onça e A Filha do Saltimbanco. O prestígio de Chaplin mantém-se em filmes como Luzes da Cidade (City Lights - 1931) e Tempos Modernos (Modern Times - 1936), que adquirem dimensão política. A combinação de ousadias eróticas e certa dose de crítica do cotidiano resultam na comédia de costumes, que domina o cinema americano.
O alemão Ernst Lubitsch desenvolve o estilo em filmes como Ladrão de Alcova (Trouble in Paradise - 1932) e Ninotchka (Ninotchka - 1939), este com Greta Garbo. Outros representantes: George Cukor por Uma Hora Contigo (One Hour With You - 1932), William Wellman por Nada É Sagrado (Nothing Sacred - 1937), Leo McCarey por Cupido É Moleque Travesso (The Awful Truth - 1937), Howard Hawks por Levada da Breca (Bringing Up Baby - 1938) e um dos maiores nomes das décadas de 30/50, o diretor Frank Capra.
Frank Capra (1897-1991) nasce na Sicília e emigra para os EUA em 1903. Na juventude estuda química e matemática. Começa no cinema como argumentista dos cômicos Laurel e Hardy (O Gordo e o Magro). Na direção, desenvolve uma obra de conteúdo social, otimista e confiante na democracia americana, que acerta em cheio, nos anos difíceis da Depressão.
Aconteceu Naquela Noite (It Happened One Night - 1934), ganha os principais Oscar do ano. Do Mundo Nada Se Leva (You Can't Take It with You - 1938), A Mulher Faz o Homem (Mr Smith Goes to Washington - 1939) e Adorável Vagabundo (Meet John Doe - 1941) são seus principais sucessos.
Western: Gênero específico americano, o western (faroeste) explora marcos históricos como a Conquista do Oeste, a Guerra de Secessão e o combate contra os índios. Cenas de ação e aventura envolvem caubóis e xerifes. Em 1932 inicia-se uma grande produção de westerns, onde o caubói é também cantor, como Gene Autry e Roy Rogers. Cecil B. de Mille produz Jornadas Heroicas (The Plainsman - 1937). Em 1939, com No Tempo das Diligências (Stagecoach - 1939), John Ford abre o ciclo de produções com grandes diretores e astros, onde se destacam também King Vidor por Duelo ao Sol (Duel in the Sun - 1946) e Henry King por Jesse James (Jesse James - 1939).
John Ford (1895-1973), diretor americano nascido no Maine, filho de irlandeses, é um dos cineastas mais premiados do mundo. Depois de se formar no ensino médio, vai para Hollywood, em 1914. Começa trabalhando como ator, contrarregra e assistente nos filmes de seu irmão, Francis Ford, diretor e roteirista da Universal. Em 1917 estreia na direção, fazendo pequenos westerns.
Seus filmes possuem orçamentos modestos, poucos atores, e alternam dramas com trechos de comédias. Sangue de Herói (Fort Apache - 1948) e O Céu Mandou Alguém (The Three Godfathers - 1948), estão entre os westerns mais importantes da década de 40.
Terror: São várias as tendências dos filmes de terror, que têm em comum o desequilíbrio e a transgressão do real, assim como forte tendência à FC. Em 1931, Drácula (Drácula - 1931) e Frankenstein (Frankenstein - 1931) entram em cena.
Um ano depois, é a vez de O Médico e o Monstro (Dr. Jekyll and Mr. Hyde - 1932), baseado no romance de Robert Louis Stevenson. Em 1933, o gorila King Kong (King Kong - 1933) assusta as plateias do mundo inteiro.
Policial: O filme policial surge na França, no começo do século, mas é nos EUA, a partir da década de 30, que o gênero se firma. Cenários sombrios e escuros, neblina, cenas de crimes e violência envolvem detetives, policiais, aristocratas e belas mulheres.
O filme noir, como os franceses o denominou logo se impõe como um grande gênero. Destacam-se Howard Hawks por Scarface (Scarface - 1932) e John Huston por Relíquia Macabra / Falcão Maltês (The Maltese Falcon - 1941).
A década de 30, marca a grande fase de produção cinematográfica dos EUA, os anos dourados de Hollywood, consagrando as grandes produtoras, seus astros e estrelas. Entre os destaques desta época, aparece o filme, E o vento levou e O Mágico de Oz de Victor Flaming. O cinema americano passa por uma nova transformação com o filme Cidadão Kane, onde Orson Welles revoluciona usando novas técnicas, como ângulos de filmagem e a narrativa não linear. 
Com a Segunda Guerra Mundial, a Inglaterra e os EUA realizam filmes antinazistas e de guerra a fim de servir de propaganda política, como exemplo Casablanca de 1943. Em 1945, surge um novo movimento de suma importância ao cinema na Itália, o Neo-Realismo, em decorrência do pós-guerra, assume-se uma postura voltada ao social e contra os esquemas de produções.
Sua linguagem é mais simples, tendo tomadas ao ar livre retratando o dia-a-dia dos proletários, camponeses e da burguesia. Neste ano também se inicia em vários países o Cinema novo. 
No início dos anos 50, chega ao cinema a tela em formato 3D, onde a visão reproduzida aparentava estar em forma de relevo, mas esse formato não persistiu por muito tempo. Com a chegada da TV, para garantir a continuação dos espetáculos, a indústria cinematográfica realizou mais uma modificação, inaugurou os formatos panorâmicos, que funcionavam com uma câmera, um projetor e um filme padrão de 35 mm. 
Os musicais hollywoodianos ganham destaque com o clássico Cantando na Chuva em 1952. Outro acontecimento na história do cinema que merece ser comentado é o Nouvelle Vague, na França, com orçamento baixo e sem ordem narrativa. Suas obras são uma critica as produções comerciais francesas e o foco principal são as questões interiores de seus personagens, os principais representantes deste movimento são Jean-Luc Godard e François Truffaut. 
Os anos 60 foram época em que os realizadores queriam deixar suas marcas, ou seja, que seus trabalhos fossem reconhecidos pelo espectador apenas pelo seu desempenho com as câmeras ou pelo estilo de escreve seus filmes. Por isso o cinema vive em cada lugar do mundo uma fase em especial. 
A Era de Ouro dos EUA entra em decínio, e muitas produções passaram a ser feitas em Pinewood Studios na Inglaterra e Cinecittà na Itália. O orçamento do cinema americano é reduzido e em consequência muda-se o foca da produção. 
A reprodução em massa toma conta da indústria hollywodiana a partir da década de 70, suas produções possuem efeitos especiais com tecnologia de ponta da época com o objetivo de seduzir o espectador, no geral crianças e adolescentes. Alguns exemplos: O destino do Poseidon (1972), de Ronald Neame, e Inferno na torre (1974), de John Guillermin e Irvin Allen; Superman (1978), de Richard Donner, Guerra nas estrelas (1977), de George Lucas. 
Os filmes blockbusters e de sequela estavam com força total na década de 80, e o cinema americano torna-se realmente uma indústria a fim de produzir o maior espetáculo, gerar mais sequências.
Principalmente com o apoio dos altos investimentos em publicidade que era por vezes chegava a ser grande parte do valor total dos filmes e assim carrecadar mais dinheiro, um clássico exemplo é o filme Rambo. Com os grandes sucessos de bilheteria, Hollywood manteve-se muito bem economicamente, também através da massificação dos gravadores de vídeo e da televisão por cabo, bem como o domínio de mercados internacionais. 
Em contra partida, as produtoras independentes surgidas devido ao apoio do Instituto Sundance, aproveitam o espaço que Hollywood deixa e começa a realizar filmes de qualidade para pessoas mais velhas, o destaque fica com Sexo, Mentiras e Vídeo em lançado em 1989. Apesar do sucesso dos filmes independentes, os blockbusters ainda dominam no início da década noventa.
Com o passar do tempo, Hollywood assite a produtora independente Miramax, ganhar vários oscares com produções de baixo orçamento. A partir daí, o cinema vive mais uma mudança, a preocupação com a técnica, desde o formato digital até a montagem e distribuição dos filmes.
As histórias passam a serem narrativas, trazendo os espectadores para dentro do enredo, personagens e outros elementos inexistentes nas primeiras experiências cinematográficas e sua duração passa a ter até mais de duas horas. 
Atualmente, temos todos os tipos de filme, tanto os comerciais, ditos blockbuster, como também os filmes de maior complexidade para a construção de uma obra. A quem faça arte e se preocupe em produzir para indústria cinematográfica filmes que trazem algum contexto e outros que ainda se preocupe apenas com a diversão e a alienação, fazendo de seus filmes produtos massificados a serem vendidos e consumidos pela massa.

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