16/01/2012

Literatura

A FC, como qualquer gênero literário, tem seu começo demarcado por uma obra específica considerada importante por engendrar as características que dariam forma ao gênero literário nascente. Frankenstein, ou o Moderno Prometeu, escrita por Mary Shelley em 1817 e que conta a história de um cientista que tenta recriar a vida baseada em estudos de alquimistas que o antecederam.
Claro que iremos encontrar inúmeras outras obras, como as escritas por Edgar Allan Poe, Horace Walpolle, ou mesmo as mitologias e, principalmente a obra Nova Atlântida de Francis Bacon, escrita em 1626 e onde ele narra uma civilização que faz uso de tecnologias que mais tarde chamar-se-ia de submarinos e aviões, não são classificadas como sendo de FC, mas que são as precursoras do novo estilo que estava por vir.
Depois de Mary Shelley (1797-1851), considerada a mãe da FC, vieram Júlio Verne (1828-1905) com suas obras sobre viagens fantásticas à lua, ao centro da terra e ao fundo mar e depois, H.G. Wells (1866-1946) com suas invasões extraterrenas, viagens no tempo e homens invisíveis.
A história da FC foi classificada segundo um estudo publicado por Isaac Asimov  em três períodos: a “Era Clássica” (até 1926), a “Era Gernsback” (de 1926 a 1938) e a Terceira Era, de 1938 até os dias atuais, porém sua classificação não se limitava aos períodos literários da FC e sim, englobava as revistas especializadas que começaram a surgir na segunda era e as adaptações para o cinema e televisão a partir da terceira Era.
Outras classificações costumam delimitar a história da FC de forma diferente: Era Clássica, de 1818 a 1938, Era Dourada, de 1938 a 1960, New Wave, de 1960 a 1980, e a fase Cyberpunk, de 1980 aos dias atuais.
Seguindo a classificação de Asimov, podemos dizer que a “Era Clássica” da FC foi uma era ainda não muito bem limitada e sem um denominador apropriado que a distinguisse das histórias fantásticas. Mas também foi uma era muito criativa onde surgiram os principais temas da FC como as viagens para fora da terra, criaturas especial e a única onde predominou a literatura como forma de expressão da FC.
Na Era Gernsback, por exemplo, predominam as revistas especializadas e as Comic Strips. Em 1926, ano que, segundo Asimov, demarca o fim da Era Clássica, foi criada a revista Amazing Stories.
Cunhou o termo “ficção científica” em 1929. Este período careceu de grandes escritores e sofreu com a propagação de histórias não muito bem produzidas que contribuíram para criar um estigma de que a FC não era um ramo a ser levado a sério na literatura. Por outro lado, foi nesse período que a FC se popularizou e se Júlio Verne foi o pai da FC, então foi Gernsback o pai da FC moderna.
A próxima era, a última segundo Asimov e 2ª de acordo com outras classificações que a chamam de “Era Dourada”, foi o período em que a FC se redimiu e adquiriu o status de gênero literário devido ao excelente trabalho de escritores como o próprio Isaac Asimov, Artur C. Clark, Robert Heinlein, John W. Campbell e Ray A. Bradbury, embora Ray não gostasse de ser classificado como escritor de FC. John W. Campbell teve um papel importantíssimo nessa fase ao se tornar editor da revista Astouding Stories, rebatizada por ele de Astouding Science Fiction, onde se propôs a publicar textos de autores que viam na FC um ramo literário digno e promissor.
Foi nessa época, mais precisamente em 1941, que Wilson Tucker cunhou o termo “space opera” para denominar um subgênero da FC (foi mais um filho bastardo). Mas, foi nessa época também, que começou a dar sinais a Social Science Fiction, uma FC mais racional e voltada para as implicações sociais e humanas influenciadas por obras de escritores como George Orwell (1984) e Aldous Huxley (Admirável Mundo Novo e As Portas da Percepção).


A fase conhecida como New Wave (Nova Onda) foi o período em que a Social Science Fiction, tomou forma. A FC da Era Dourada com viagens espaciais, seres extraterrestres e mocinhos, viu surgir questões humanas mais profundas, cenários sombrios e mais pessimistas da evolução tecnológica. Destacaram-se escritores como William Burroughs, J. G. Ballard, Philip K.
A última fase, chamada de Cyberpunk, teve como seu maior expoente William Gibson (Neuromancer, de 1984) e é demarcada por uma forte assimilação da cultura de massa. É nesta época que são assimilados conceitos como: hackers, a dominação do mundo por grandes corporações, computadores, etc.
Alguns escritores atuais: Cory Doctorow (Down and Out in the Magic Kingdom e Eastern Standard Tribe) que foi o primeiro a disponibilizar toda sua obra pela Creative Commons, Charles Stross (Accelerando), Alastair Reynolds, Richard K. Morgan, Dan Simmons, Steph Swaiston.
Mais e mais escritores começaram a abordar assunto (neste momento ainda não é chamada de FC). Em 1911, FW Mader publica Wunderwelten (Distant Worlds), que tem a reputação de destaque do primeiro exemplo de nave espacial mais rápida que a luz viajar na ficção.
William Hope Hodgson nos deu outro exemplo de FC apocalíptica (um subgênero que parece destinado a durar para sempre) com a Terra noite em que os últimos humanos estão escondidos em uma pirâmide de sete milhas de altura, atacada por mutantes e monstros em um futuro terra onde o sol tem ido para fora. Uma ocupação popular para escritores, então, como agora, era o de tentar prever futuras tecnologias com base na evolução atual.
Der Bernhard Kellerman Tunnel em 1913 foi um dos melhores romances da primeira metade do século 20. É protagonista queria construir um túnel da Europa para a América, mas a novela também prevê aviões sendo capaz de fazer a viagem mais rápida. Em 1915 (após o início da 1ª Guerra Mundial) previu Guy Thorne tanques blindados de um par de anos antes que apareceu pela primeira vez em seu romance O Cruzador sobre Rodas. Enquanto em 1920 o mundo foi finalmente introduzido os robôs (ou pelo menos a palavra) com RUR, de Karel Capek.


De escritores do curso constam que também abordavam as questões sociais da época. O romance de Charlotte Perkins Gilman 1915 Herland apresenta uma sociedade composta exclusivamente por mulheres que se reproduzem por meio da reprodução assexuada. A história foi publicada como série e tornou-se novela em 1979. É um dos primeiros exemplos de FC feminista.

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