A FC,
como qualquer gênero literário, tem seu começo demarcado por uma obra
específica considerada importante por engendrar as características que dariam
forma ao gênero literário nascente. Frankenstein,
ou o Moderno Prometeu,
escrita por Mary Shelley em 1817 e que conta a história de um cientista que
tenta recriar a vida baseada em estudos de alquimistas que o antecederam.
Claro que iremos encontrar
inúmeras outras obras, como as escritas por Edgar
Allan Poe, Horace Walpolle, ou mesmo as mitologias e,
principalmente a obra Nova Atlântida
de Francis Bacon, escrita em 1626 e onde ele narra uma civilização que faz uso
de tecnologias que
mais tarde chamar-se-ia de submarinos e aviões, não são classificadas como
sendo de FC, mas que são as precursoras do novo estilo que estava por vir.
Depois de Mary
Shelley (1797-1851), considerada a mãe da FC, vieram Júlio Verne
(1828-1905) com suas obras sobre viagens fantásticas à lua, ao centro da terra
e ao fundo mar e depois, H.G. Wells
(1866-1946) com suas invasões extraterrenas, viagens no tempo e homens
invisíveis.
A história da FC foi
classificada segundo um estudo publicado por Isaac
Asimov em três períodos: a “Era Clássica” (até 1926), a
“Era Gernsback” (de 1926 a 1938) e a Terceira Era, de 1938 até os dias atuais, porém
sua classificação não se limitava aos períodos literários da FC e sim,
englobava as revistas especializadas que
começaram a surgir na segunda era e as adaptações para o cinema e televisão a
partir da terceira Era.
Outras classificações
costumam delimitar a história da FC de forma diferente:
Era Clássica, de 1818 a 1938, Era Dourada, de 1938 a 1960, New
Wave, de
1960 a 1980, e a fase Cyberpunk, de
1980 aos dias atuais.
Seguindo a classificação de
Asimov, podemos dizer que a “Era Clássica” da FC foi uma era ainda não muito
bem limitada e sem um denominador apropriado que a distinguisse das histórias
fantásticas. Mas também foi uma era muito criativa onde surgiram os principais
temas da FC como as viagens para fora da terra, criaturas especial e a única
onde predominou a literatura como forma de expressão da FC.
Na Era Gernsback, por
exemplo, predominam as revistas especializadas e as Comic Strips. Em 1926, ano que, segundo Asimov, demarca o fim da
Era Clássica, foi criada a revista Amazing
Stories.
Cunhou o termo “ficção
científica” em 1929. Este período careceu de grandes escritores e sofreu com a
propagação de histórias não muito bem produzidas que contribuíram para criar um
estigma de que a FC não era um ramo a ser levado a sério na literatura. Por
outro lado, foi nesse período que a FC se popularizou e se Júlio Verne foi o
pai da FC, então foi Gernsback o pai da FC moderna.
A próxima era, a última
segundo Asimov e 2ª de acordo com outras classificações que a chamam de “Era
Dourada”, foi o período em que a FC se redimiu e adquiriu o status de gênero
literário devido ao excelente trabalho de escritores como o próprio Isaac
Asimov, Artur
C. Clark, Robert Heinlein, John W. Campbell e Ray A. Bradbury,
embora Ray não gostasse de ser classificado como escritor de FC. John W.
Campbell teve um papel importantíssimo nessa fase ao se tornar editor da
revista Astouding Stories, rebatizada
por ele de Astouding Science Fiction,
onde se propôs a publicar textos de autores que viam na FC um ramo literário
digno e promissor.
Foi nessa
época, mais precisamente em 1941, que Wilson Tucker cunhou o termo “space
opera” para denominar um subgênero da FC (foi mais um filho bastardo). Mas, foi
nessa época também, que começou a dar sinais a Social Science Fiction, uma FC mais racional e voltada para as
implicações sociais e humanas influenciadas por obras de escritores como George
Orwell (1984) e Aldous Huxley (Admirável
Mundo Novo e As Portas da Percepção).
A fase
conhecida como New Wave (Nova Onda)
foi o período em que a Social Science
Fiction, tomou forma. A FC da Era Dourada com viagens espaciais, seres
extraterrestres e mocinhos, viu surgir questões humanas mais profundas,
cenários sombrios e mais pessimistas da evolução tecnológica. Destacaram-se
escritores como William Burroughs, J. G. Ballard, Philip K.
A última fase,
chamada de Cyberpunk, teve como seu
maior expoente William Gibson (Neuromancer, de 1984) e é demarcada por uma
forte assimilação da cultura de massa. É nesta época que são assimilados
conceitos como: hackers, a dominação
do mundo por grandes corporações, computadores, etc.
Alguns escritores
atuais: Cory Doctorow (Down and Out in
the Magic Kingdom e Eastern Standard
Tribe) que foi o primeiro a disponibilizar toda sua obra pela Creative Commons, Charles Stross (Accelerando), Alastair Reynolds, Richard
K. Morgan, Dan Simmons, Steph Swaiston.
Mais
e mais escritores começaram a abordar assunto (neste momento ainda não é chamada
de FC). Em 1911, FW Mader publica Wunderwelten (Distant Worlds), que tem a
reputação de destaque do primeiro exemplo de nave espacial mais rápida que a
luz viajar na ficção.
William
Hope Hodgson nos deu outro exemplo de FC apocalíptica (um subgênero que parece
destinado a durar para sempre) com a Terra noite em que os últimos humanos
estão escondidos em uma pirâmide de sete milhas de altura, atacada por mutantes
e monstros em um futuro terra onde o sol tem ido para fora. Uma ocupação
popular para escritores, então, como agora, era o de tentar prever futuras
tecnologias com base na evolução atual.
Der Bernhard Kellerman Tunnel em 1913 foi um dos melhores romances da primeira
metade do século 20. É protagonista queria construir um túnel da Europa para a
América, mas a novela também prevê aviões sendo capaz de fazer a viagem mais
rápida. Em 1915 (após o início da 1ª Guerra Mundial) previu Guy Thorne tanques
blindados de um par de anos antes que apareceu pela primeira vez em seu romance
O Cruzador sobre Rodas. Enquanto em
1920 o mundo foi finalmente introduzido os robôs (ou pelo menos a palavra) com RUR, de Karel Capek.
De escritores do curso constam que também abordavam as questões sociais
da época. O romance de Charlotte Perkins
Gilman 1915 Herland apresenta uma sociedade composta exclusivamente por
mulheres que se reproduzem por meio da reprodução assexuada. A história foi
publicada como série e tornou-se novela em 1979. É um dos primeiros exemplos de
FC feminista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado, o Superficção responderá em breve.